Dólar fecha aos R$ 6,02, com dados de inflação nos EUA e cessar-fogo em Gaza; Ibovespa sobe quase 3%
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,36%, cotada a R$ 6,0241. Já o principal índice da bolsa subiu 2,81%, aos 122.650 pontos. Dólar freepik O dólar ...
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,36%, cotada a R$ 6,0241. Já o principal índice da bolsa subiu 2,81%, aos 122.650 pontos. Dólar freepik O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (15), aos R$ 6,02. Investidores acompanham os dados de inflação dos Estados Unidos desta semana e a notícia de um cessar-fogo entre Israel e Hamas. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em forte alta, de quase 3%. Após 467 dias de guerra em Gaza e quase 48 mil mortos, o tratado entra em vigor no domingo (19). Esse é o segundo acordo de trégua desde o início do conflito em outubro de 2023, que intensificou as tensões no Oriente Médio. Desta vez, a proposta é implementar medidas para acabar com o conflito em fases. Saiba mais na reportagem do g1. Nos EUA, a inflação ao consumidor subiu 0,4% em dezembro, com custos mais altos dos produtos de energia e acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,9%, conforme esperado. Apesar da alta, os dados do núcleo da inflação de dezembro foram mais baixos do que o esperado, o que animou os mercados aqui e lá fora. Os três principais índices de Wall Street subiram mais que 1,5%. Além disso, a temporada de balanços corporativos nos EUA começa, com grandes empresas financeiras divulgando resultados nesta quarta-feira. Já no cenário doméstico, as atenções ficam com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado das contas públicas em novembro também ficou na mira durante o dia. Veja abaixo o resumo dos mercados. SAIBA MAIS: ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumula alta 27% no ano; Ibovespa tem recuo de 10% DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar neste fim do ano O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda Dólar acumula alta de quase 28% em 2024 Dólar O dólar fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 6,0241. Na mínima do dia, foi a R$ 6,0114. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 1,27% na semana; recuo de 2,52% no mês e no ano. Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,85%, cotada a R$ 6,0458. Ibovespa O Ibovespa fechou em alta de 2,81%, aos 122.650 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 3,19% na semana; ganho de 1,97% no mês e no ano. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,25%, aos 119.299 pontos. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? A inflação nos EUA e seus possíveis efeitos na política de juros do Federal Reserve (Fed) continuam a impactar os mercados. Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, a inflação ao consumidor subiu 0,4% em dezembro, acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,9%, conforme esperado. Na véspera, o Departamento do Trabalho dos EUA indicou que o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,2% em dezembro, após um aumento revisado de 0,4% em novembro. Em 12 meses, o índice avançou 3,3%. Com os núcleos mais comportados, porém, o mercado entende que o Fed pode realizar mais cortes de juros este ano. Juros mais baixos nos EUA diminuem a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem tirar a força do dólar frente a outras moedas, incluindo o real. Por outro lado, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse nesta quarta que ainda acredita que a inflação está progredindo em direção à meta de 2%, e que está particularmente encorajado pela recente flexibilização da inflação relacionada ao setor imobiliário e otimista quanto à continuidade da desaceleração econômica em 2025. Ao mesmo tempo, Goolsbee afirmou, durante um fórum sobre perspectivas econômicas no Fed de Chicago, que os sinais recentes de arrefecimento da inflação são desanimadores, porque se encaixam no que tem sido um padrão persistente de melhorias sazonais nas pressões sobre os preços. Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca. O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed. Além disso, a temporada de balanços corporativos nos EUA começa com a divulgação dos resultados de BlackRock, Citigroup, Goldman Sachs, J.P. Morgan e Wells Fargo nesta quarta-feira. No Brasil, o destaque é a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro, divulgada pelo IBGE. O setor de serviços apresentou uma retração de 0,9% no mês, contra a expectativa de recuo de 0,3%. Apesar disso, o setor deve ter encerrado 2024 com desempenho positivo. Por fim, investidores continuam atentos ao cenário fiscal brasileiro. Em novembro, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 4,5 bilhões, uma melhora em relação ao déficit de R$ 38 bilhões no mesmo período do ano passado. Nos primeiros onze meses deste ano, o déficit acumulado foi de R$ 66,82 bilhões, comparado a R$ 112,46 bilhões no mesmo período do ano passado. Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal. Lula vetou trechos que, segundo o governo, impactariam o resultado primário das contas públicas, buscando equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos. Esses trechos serão analisados novamente pelo Congresso, que pode restaurá-los se atingir um número mínimo de votos. "A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, permitindo a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abater débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país", afirmou o governo. Nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a renegociação da dívida dos estados deve levar a uma perda de R$ 20 bilhões por ano para o governo federal. Esse prejuízo é financeiro e não vai impactar o resultado primário — que mede as receitas com tributos e impostos em relação às despesas do governo.
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/01/15/dolar-ibovespa.ghtml