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Ministro encara fusão da Gol e da Azul como 'federação partidária' e diz que não vai permitir aumento de tarifa

Na quarta-feira (15), as empresas anunciaram um memorando de intenção para realizar uma fusão. Com a medida, as empresas vão controlar 60% do mercado de avi...

Ministro encara fusão da Gol e da Azul como 'federação partidária' e diz que não vai permitir aumento de tarifa
Ministro encara fusão da Gol e da Azul como 'federação partidária' e diz que não vai permitir aumento de tarifa (Foto: Reprodução)

Na quarta-feira (15), as empresas anunciaram um memorando de intenção para realizar uma fusão. Com a medida, as empresas vão controlar 60% do mercado de aviação civil nacional. Aviões da Azul e da Gol Ministério da Saúde/Divulgação e Celso Tavares/G1 O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse nesta quinta-feira (16) que encara a possível fusão das companhias aéreas Gol e Azul como uma "federação partidária", com manutenção de autonomia financeira e governança. Na quarta-feira (15), as empresas anunciaram um memorando de intenção para realizar uma fusão. O negócio depende de aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em Ponto entrevista: ministro Silvio Costa Filho LEIA TAMBÉM: Ações da Azul e da Gol disparam após anúncio de fusão Governo deve leiloar 50 aeroportos regionais na Amazônia Legal e no Nordeste; veja por estado Valor médio das passagens aéreas caiu 5% em 2024, diz ministro de Portos e Aeroportos "Eu encaro essa possível fusão, se o Cade avaliar, meio como uma federação partidária. Eles vão se fortalecer, pensando no fortalecimento da aviação brasileira. Mas, pelo que entendi, eles vão querer preservar as suas autonomias financeiras e de governança", declarou. 🔎 Uma federação partidária permite que os partidos atuem de forma unificada, inclusive lançando e apoiando candidatos, mas mantendo as suas legendas. "Qual o intuito nosso? É que a gente possa continua na agenda do fortalecimento da aviação brasileira. O pior cenário para o Brasil seria que essas empresas quebrassem. Acho que o pior cenário para o país é esse", disse. Para Costa Filho, o governo precisa oferecer uma "mão amiga" para fortalecer o setor e preservar empregos. Com a fusão, as empresas vão controlar 60% do mercado de aviação civil nacional. De acordo com o ministro, a pasta não vai permitir o incremento no preço das passagens aéreas. "Tanto Anac quanto ministério, todo nosso conjunto vai estar vigilante em relação ao preço da passagem aérea, para que isso não aconteça [o aumento]", disse em conversa com jornalistas. "A gente não vai permitir qualquer movimento errático de uma possível fusão, mas a gente precisa ainda entender essa fusão tecnicamente. A gente respeita o Cade, vamos aguardar o Cade", declarou. O ministro disse ainda que vai se reunir com as empresas na próxima semana, quando a possível fusão deve ser detalhada. Costa Filho disse que o governo não vai aceitar aumentos abusivos, mas ressaltou que o governo não pode intervir no preço da passagem. "A gente espera que possa haver solidariedade das companhias em relação aos preços, que é o que tem acontecido", disse. O ministro disse ainda que a possível fusão pode levar a um aumento no número de destinos, transferindo aviões que se sobreponham em alguns destinos atendidos por ambas as empresas, Azul e Gol. Fusão entre Gol e Azul O grupo Abra, controlador das companhias aéreas Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul com o objetivo de unir negócios no Brasil. A informação foi divulgada na noite desta quarta-feira (15). Em comunicado a investidores, a Gol informou que o acordo representa a fase inicial de um processo de negociação que visa "explorar a viabilidade de uma possível transação". Caso a combinação se confirme, as duas companhias devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente. Em janeiro de 2024, a Gol entrou com pedido de reestruturação nos Estados Unidos. O chamado "Chapter 11", que se refere ao Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, é semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil. À época, a empresa afirmou que o objetivo do processo seria reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e "fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo". As dívidas da companhia eram estimadas em R$ 20 bilhões. Depois do anúncio da possível fusão, ações da Azul disparavam mais de 4% e as da Gol subiam quase 8%.

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